segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A exigência



A exigência

Como referi na crónica anterior, o propósito do blogue mudou. Antes de mais é um desabafo sobre o mal que o clube enfrenta e o mal que o próprio clube possui e faz.

A primeira parte é algo que só se combate quando o mal dentro do clube e o mal que o clube comete é apagado.

Sim, se eu digo que o Benfica possui um mal, um tumor, um cancro, o que queiram chamar, a prova está nos títulos desportivos futebolísticos que o Benfica tem ganho nos últimos anos: são esporádicos em vez de serem sistemáticos.

São produto da circunstância exterior ao invés de planeamento: o campeonato 2004/2005 é a prova sistemática de como o clube ganhou esse campeonato com o menor  número de pontos alguma vez alcançado por qualquer clube. Os dois últimos campeonatos ganhos pelo clube foram ganhos à última jornada, sempre de coração nas mãos.

Quando esta situação se repete sem que haja análise mais profundas por parte da direcção sobre essa situação, cabe aos sócios e adeptos perguntar o porque da situação: as arbitragens? Os jogadores? Modelo de jogo? Equipa técnica? O treinador? O presidente?

Como referi anteriormente primeiro tem de ser diagnosticar o que clube faz de mal e só então depois pensa-se no mundo lá fora.

È muito fácil pensar que a culpa é dos outros: é um alívio para a nossa alma, quase um descartar da nossa responsabilidade como sócios ou adeptos e atribuir a culpa a alguém, a um rosto que facilmente podemos odiar.

Mas a realidade é dura e provoca dor. Se olharmos aos últimos, exceptuando os anos dos campeonatos ganhos, a competitividade do Benfica é manifestamente baixa, não só a nível interno como também a nível europeu. Sim houve alguns momentos razoáveis mas tal como os campeonatos ganhos, foram produtos de circunstância em vez de serem sistemáticos.

Portanto o primeiro mal é nosso. È a nossa mentalidade que tem de mudar e forçar os nossos dirigentes a mudar, seja Luís Filipe Vieira seja qualquer outro.

Aquilo que quero referir sobre Luís Filipe Vieira é o seguinte: antes de mais, ele é um político e como ele foram todos os outros ex-presidentes de que me lembro, seja o Vale e Azevedo, Jorge de Brito, Manuel Damásio, Manuel Vilarinho, todos eles vieram sempre com promessas.

È a promessa da formação, é o Benfica demolidor, é Benfica europeu etc,etc,etc…

Promessas não trazem títulos, trazem sim sonhos que facilmente se transformam em pesadelos.


E seja Luís Filipe Vieira ou qualquer outro candidato à presidência do clube no futuro que venha com o mesmo tipo de discurso, facilmente o clube degenera e perde o seu valor.

Por norma e para evitar os ditos pesadelos, nós benfiquistas devemos ser cépticos.

Devemos questionar porque se vendem jogadores titulares a meio da época desportiva, como estão as contas do clube, quais os métodos de prospecção, modelos de jogo… 

Se nós mudarmos a nossa mentalidade e deixarmos de acreditar em vãs promessas, então os nossos dirigentes serão forçados a mudar se pretenderem continuar no clube porque virão outros para ocupar o seu lugar.

Chama-se a isso exigência.


Devemos isso a nós próprios, devemos isso ao Sport Lisboa e Benfica.