quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Motivo



De certa forma, já tinha abandonado a ideia de um blogue para exprimir e aglomerar sensibilidades benfiquistas porque é um projecto de consumo elevado do meu tempo ao qual muito provavelmente não faria jus aquilo que o Benfica representa e sobretudo necessita.

A morte física de Eusébio (morre o homem, nasce a lenda) e todo o que senti ao ver as imagens televisivas e a minha ida ao estádio diante o cumprimento do último desejo de Eusébio, prestando a minha humilde homenagem a um dos maiores futebolistas de sempre, revelou-se numa vontade e num epifania benfiquista de servir novamente o clube.

Vou ser honesto: o propósito do blogue mudou. Passará a ser, no seu sentido mais abstracto, uma forma de exprimir a minha opinião sobre aquilo que deverá ser o futuro do clube e a forma como o Benfica deverá atingir novamente a hegemonia do futebol português como já aconteceu.

Vou ser politicamente incorrecto: a morte de Eusébio vai obrigar o clube, que somos nós, a olhar mais para o futuro e menos para o passado. Os grilhões do passado ainda aprisionam o clube devido ao passado glorioso que teve, apenas alcançado por alguns clubes europeus. Esse mesmo passado que nos tolda a lógica e o raciocínio de novamente atingir o mesmo nível de sucesso desses tempos, saltando diversas etapas necessárias para alcançar o Olimpo.

Esse desejo que nos tolda a lógica e o raciocino é o mesmo que nos leva a creditar nas eternas promessas dos dirigentes benfiquistas ao longo dos últimos 25 anos e tem levado o clube a prestações miseráveis e hipotecar sucessivamente o futuro. Sim, até afirmo e considero que estamos melhores mas isso não chega. Falta dar o salto.

Acreditar menos no destino e mais na nossa capacidade de análise, de entrega ao servir o clube, definir caminhos de modo a ombrear com os grandes da Europa.

E isso depende de nós, elevar a bitola, sermos mais exigentes. Se formos mais exigentes, obrigamos a quem nos governa, ser também eles, mais exigentes.

Obrigará a ser Vieira a ser mais exigente, mais preocupado com o destino do Benfica ou qualquer outro futuro dirigente do clube.