terça-feira, 28 de maio de 2013

Introspecção



Resolvi esperar algum tempo sobre a forma de como tudo aconteceu no Benfica no espaço de 30 dias.

Recuemos esse tempo: 1º no campeonato, final da taça, e final da Liga Europa. Como referi, teríamos de recuar à época de 82-83, na 1ª vinda do Eriksson, precisamente há 30 anos para encontrar algo assim. 

Mas o futebol é cruel, sem dúvida: o seu veneno percorre ainda agora nas veias benfiquistas de todos nós. Golos nos descontos, auto-golos, etc, tudo daquilo que não há memoria na história do Benfica.
Azar? Má Sorte? Infelicidade?

A equipa do Benfica fraquejou naquilo que foi considerado como jogos decisivos: culpa do Jesus? 

Pergunto que culpa tem o treinador quando não lha são dadas soluções para o plantel?

Ah mas nunca se investiu tanto €€€ em jogadores como na era Jesus…

Sim, 20 milhões para Ola John e Salvio…e lateral esquerdo? Lateral Direito? Um médio defensivo?

Porque jogar com André Almeida a lateral esquerdo num final? Há soluções alternativas? Um Melgarejo? 

Adaptação… Luisinho? Sempre a enterrar…

Matic? Adaptação. Enzo Perez? Adaptação.

Mas que raio, então afinal o plantel era bom e andamos com adaptações?

Sim andamos e isto acontece porque a dita “estrutura” que existe hoje em dia no Benfica, não planeia o plantel da equipa NÃO numa perspectiva de sucesso desportivo mas sim, numa perspectiva de sucesso económico, ou seja, maximização de lucros e se com isso acontecer o sucesso desportivo, tanto melhor.
Quem estiver atento às contratações do Benfica dos últimos anos, repara de forma quase imediata que são contratados jogadores com pendor ofensivo em quantidade muito acima daquilo que é preciso face aos jogadores de características defensivas. Porque? Porque conseguem ser vendidos a preço muito mais altos, que digamos, um defesa central.

Não?

Di Maria? 37 milhões

Witsel? 40 milhões

Comparem a um Javi Garcia que rendeu apenas 22 milhões. Percebem?

A base de contratações acontece numa perspectiva económica em vez de tentar obter primeiro o sucesso desportivo. Mas para isso, é preciso um treinador que consiga potenciar jogadores ao mesmo tempo que permita ter algum sucesso desportivo, ou seja, face ao panorama actual, que tenha entrada directa na Liga dos Campeões.
Jesus tem sido esse treinador, que permite isso e consegue quase, repito quase ganhar campeonatos mas que falha invariavelmente falha porque não tem uma estrutura à altura dos acontecimentos, ou que tem outro tipo de vertente, a tal vertente económica.
Portanto, a construção de uma equipa de futebol é feita a partir do telhado, ou seja pelo ataque, em vez de começar pela defesa, que é o alicerce de qualquer equipa. A regra básica do futebol na construção de uma equipa é feita a partir da defesa.

E aqui, a culpa, caros senhores e senhoras, a culpa é do presidente, Luís Filipe Vieira.

Caros benfiquistas, os números não mentem: 12 anos, 2 campeonatos, inédito na história do Benfica. Nenhum presidente esteve tempo tanto tempo no clube a ganhar tanto pouco: o presidente dos “300.00 sócios ou demito-me”, ou o presidente do “mandato desportivo”, ou definitivamente será o presidente dos “3+1+50”.

Não adianta ter mudar o treinador se a politica da estrutura ou mesmo a estrutura em si, não mudar. Por outras palavras, em tempo de Vieira, tivemos Camacho, Trapatonni, Koeman, Fernando Santos, Camacho novamente, Quique Flores e agora Jorge Jesus (fora os interinos desta vida e outra).
Com excepção de Trapatonni e Jesus, todos os outros falharam e Trapatonni quis sair, com justificações de âmbito familar mas passado algum tempo estava noutro clube a treinar. Talvez percebesse que não iria durar muito.

E Jesus? Uma vítima das circunstâncias e da sua própria soberba, sim porque também tem as suas culpas no cartório mas são quase irrelevantes perante os erros da uma direcção que preside vai para 12 anos. Para quem ainda tem duvidas, 12 anos, 2 campeonatos.

Quando é assim, não pode ser o treinador a levar com as culpas, é de quem perpetua um sistema no qual o Benfica perde, não vence. Se queremos um Benfica a ganhar campeonatos de forma regular, então a politica tem de mudar, ou seja a direcção tem de mudar.

Sim, porque se 12 anos não chegaram até agora para s actuais dirigentes mudar de politica,, então podemos estar mais 12 anos que tudo irá continuar na mesma, até chegar ao ponto dos andrades nos ultrapassarem em termos de campeonatos e taças. Falo em termos de futebol mas lentamente, o problema começa a ser transversal. Hóquei, andebol e futsal começam a sofrer do mesmo problema, de uma direcção que começa a perder o controlo da situação e está a permitir, por exemplo, ao Sporting a fazer história em termos de futsal.

As poucas mudanças feitas em termos de estrutura ao longo dos anos, foram quase cosméticas, para inglês ver, quando sofremos do mesmo problema: continuamos com os contentores de jogadores, Benfica A, Benfica B e ainda os jogadores emprestados que permitem formar um Benfica C, a defesa dos interesses do Benfica na liga e na arbitragem, etc, etc. 

Só para se ter uma ideia do que falo eis um exemplo: Bruno Paixão foi arbitro do Gil Vicente- andrades no qual os andrades perderam por 3-1, jogo no qual Bruno Paixão foi contestado de forma veemente pelos andrades. Resultado: nunca mais arbitrou jogos dos andrades. Nós? Contestámos o jogo com os andrades que perdemos por 2-3,, arbitrado po Pedro Proença, na época passada e esta época, já fomos arbitrados por Pedro Proença por duas vezes, com o Nacional com o rsultado que se viu e novamente frente aos andrades, nas antas. Outro exemplo: António Carraça é director desportivo mas praticamente nunca vi e ouvi declarações em público. Ainda agora, na taça de Portugal, foi Rui Costa a comparecer em público. Mas Rui Costa não é um dos administradores da SAD? Supostamente quem deveria estar na conferência de imprensa, deveria estar o director desportivo.

Os jogos ganhos dentro de campo devem ser acompanhados também fora de campo para assegurar que situações como Proença e afins, não se sucedam e isso caros benfiquistas, está nas mãos da direcção. Com isto quero afirmar que devemos assegurar a justiça nas arbitragens, não controlá-las. São semânticas bem diferentes.
 
Portanto, em jeito de conclusão podem mudar treinador 150 vezes que o resultado invariavelmente será o mesmo. Talvez haja a felicidade dos andrades terem um mau campeonato e assim ganhamos um campeonato, de 5 em 5 anos.

 Repito, 12 anos de uma direcção, 2 campeonatos. Os números são como o algodão, não enganam.

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